quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Corticosteróides

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Corticosteróides
Corticosteróide ou corticóide é o nome dado a um grupo de hormonas esteróides produzidas pelas glândulas supra-renais, ou a derivados sintéticos destas.
Os corticosteróides possuem diversas ações importantes no corpo humano, possuindo um papel de relevo no balanço electrolítico (equilíbrio de íons e água), e na regulação do metabolismo. Situações em que a sua produção está alterada levam a patologias como a doença de Addison quando há diminuição de produção, ou a síndrome de Cushing quando esta está aumentada.
Classes de Corticosteróides:
  • Glicocorticóides como o cortisol controlam o metabolismo dos carboidratos, gordura e proteínas e são anti-inflamatórios por prevenirem a liberação de fosfolipídio, diminuindo a ação dos eosinófilos e diversos outros mecanismos.
Os glicocorticóides possuem importantes efeitos metabólicos, sendo utilizados na prática médica graças aos seus potentes efeitos antiinflamatórios e imunossupressores. O principal glicocorticóide endógeno (produzido pelo corpo) é o cortisol.
  • Mineralocorticóides como a aldosterona controlam os níveis de eletrólitos e água, principalmente por promoverem a retenção de sódio no rim.
O papel dos mineralocorticóides está relacionado com a manutenção do equilíbrio de íons (em particular o sódio) e do volume de água no organismo. Destaca-se deste grupo a aldosterona.
A produção de corticosteróides é regulada pelo hipotálamo, em função de diversos estímulos. Estes incluem o ritmo circadiano, assim como estímulos dolorosos e situações de stress, que induzem a libertação de ACTH-RH (do inglês Adrenocorticotropic releasing hormone). Níveis elevados de corticosteróides têm um efeito inibitório, formando um circuito de feedback negativo responsável pelo controle deste mecanismo.
A ACTH-RH actua sobre a adenohipófise, estimulando a libertação de ACTH (também conhecida como corticotropina) para a circulação sistémica. O alvo fisiológico da ACTH é a glândula supra-renal, onde causa a libertação de corticosteróides.
Funções fisiológicas dos Corticosteróides:
O papel dos corticosteróides no organismo é variado, estando associado à actividade normal assim como à resposta a stress de diversas origens (infecções, lesão traumática, queimaduras, hemorragias, dor, situação de medo e luta, etc).
Possui diferentes vertentes como no metabolismo intermediário dos açúcares, gorduras e proteínas.

Os corticosteróides aumentam a quebra de proteínas para que sejam transformadas em glicose pelo fígado (gliconeogénese), levando por isso a um aumento da glicemia (quantidade de glicose no sangue).
Levam também a que a gordura acumulada no corpo entre na circulação sanguínea, para que possa ser utilizada pelos tecidos na produção de energia.
Em resumo, os corticosteróides aumentam a disponibilidade de "ingredientes" para a produção de energia.
Manutenção do tónus muscular dos vasos sanguíneos mantêm um certo grau de contração dos vasos, que impede uma dilatação exagerada destes. Se isso ocorresse, o sangue teria dificuldade em chegar aos órgãos, com colapso circulatório, parada cardíaca e morte.
Regulação do balanço hidroeléctrico, aqui os corticosteróides atuam no rim aumentando a reabsorção de sódio e consequentemente de água, por troca com potássio e prótons (H+). O resultado é um aumento do volume de fluido extracelular, ligeiro aumento da concentração plasmática de sódio, hipocaliémia e alcalose.
Os corticosteróides de modo geral, e em particular, os glicocorticóides, constituem-se em um grupo de drogas muito usadas em medicina clínica, nem sempre, porém, com indicações precisas.
Em virtude de seu amplo espectro de atividade e por serem os mais potentes antiinflamatórios existentes, encontram uso praticamente em todas as especialidades, No entanto, é justamente esse "amplo espectro" de atividade que os torna capazes de provocar efeitos colaterais, que não poupam praticamente nenhum tecido do organismo humano.
Transporte do Costicosteróide Cortisol:
Ao entrar na corrente sangüínea, o cortisol liga-se às proteínas plasmáticas, principalmente albúmina, formando complexos não covalentes, com força de ligação fraca. Além dessa ligação fraca com albúmina há proteínas que se ligam mais especificamente ao cortisol, como é o caso da CBG que tem uma ligação mais firme. A concentração de CBG, no entanto, é tão baixa em condições normais que, aos níveis de 15mg/100ml de cortisol, seus sítios de ligação já estão saturados. Lembramos que é só a fração livre, não ligada a proteínas, que irá exercer sua ação em nível tecidual.
Dose Fisiológica e dose Farmacológica dos Grupos de Corticosteróides:
Alguns autores conceituam dose farmacológica em função dos efeitos colaterais provocados; em função de fatos como este, o conceito é contestado já que tais efeitos podem surgir mesmo com doses pequenas, dependendo do tempo de uso e da idade da criança.
Efeitos Colaterais:
Inibição do crescimento: As doses que interferem no crescimento são variáveis de criança para criança e, dependendo do tempo de uso, pode haver prejuízos irreversíveis na altura final, bem como retardo de idade óssea;
Infecções virais: Os corticóides deprimem a imunidade celular facilitando a progressão de infecções virais. De particular importância é a varicela, que pode assumir formas muito graves, com alta mortalidade;
Infecções bacterianas: Nas doses habituais, os corticóides têm pouca interferência sobre a imunidade humoral, não trazendo problemas em relação à infecção bacteriana;
Úlcera péptica;
Eleitos no sistema nervoso central: Quadros convulsivos, simulando pseudotumor cerebral e alterações do humor podem ocorrer com altas doses por tempo prolongado.
Hipertensão: Principalmente em casos de comprometimento renal ou vasculite generalizada;
Osteoporose e fratura vertebral;
Miopatia;
Distúrbios hidreletrolíticos e acidobásicos.
Referências Bibliográficas
  • Revisões e ensaios.DURVAL DAMIANI, NUVARTE SETIAN & VAÊ DICHTCHEKENIAN. Corticosteróides – Conceitos Básicos e Aplicações clÍnicas.
  • RBTI - Revista Brasileira Terapia Intensiva. Volume 18 - Número 1 - Janeiro/Março 2006.

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